setembro 21, 2008

Os espaços vazios




Nunca soube o que fazer
com os espaços que ficam
depois que alguém vai embora
uma dúvida insiste
e de tanto, o meu tentar desiste
de trocar a ausência
por qualquer coisa que fira menos:
nada para repor
nada para suprir
nada que realmente comportasse
o encanto de algo que ficou
para trás



(Cáh Morandi)


10 comentários:

Anônimo disse...

Na verdade, os espaços que ficam depois que alguém vai embora sempre estiveram aqui dentro...

Beijos de uma fã. :)

Anônimo disse...

Oi Carine!

Parabéns!!!

Acabo de conhecer um poucquinho do teu trabalho e ja estou encantada com tua arte.. estarei sempre por aqui.
Bjos.. Dani.
danivalezi@yahoo.com.br

Anônimo disse...

oiee carine
Realmente os espaços existem
porém a muito a repor, suprir
e naum desisto de tentar
meu encanto começa agora
só espero uma chance...

Robson Ribeiro disse...

Ah! Mas esses espaços são fundamentais!
Carine, belo poema! Sempre fico feliz quando encontro um novo texto seu.

Beijos e boa semana!

Carolina Salcides disse...

"Minha alma nunca foi de puro azul,
ele era o cerne em que depositei as pilastras
para que todas as outras cores explodissem,
mas não me fossem ameaça
é verdade que tudo passa entre os ossos,
sangue e veias
interferindo irremediavelmente
na coordenação motora da vida,
assim como as antenas e a fumaça
que cobrem o céu roubaram-me o sonho e ele decerto nunca mais foi o mesmo.

Por que te revestiste de teu falso gigante
e levantaste o braço como quem ergue a foice?
O poeta era eu, eu o próprio lamento,
eu que tremia de dor à noite e numa prece muda
convocava tua partida inconscientemente...

Na presença das cores que agora me habitam
e de minha alma turquesa sem medidas
não se houve mais tua voz
e o açoite ao qual me infligiste impiedosamente
hoje é sim cicatriz debaixo do pé,
às vezes dói,
mas nunca vejo.
e eis o teu incômodo de lava : não mais terás teu realejo, que um dia te concedi
embebido dos perfumes das mais caras rosas que jorravam
dos meus jardins já sem pele
mas sempre dormirá em ti como um assombro
tudo o que eu fora e que de tão grande
nunca caberia nas palmas de tuas mãos descuidadas."

Ivana Pascoal

Taiane disse...

Encantada com a forma q escreves...

Anônimo disse...

É difícil não ser redundante e clichê aqui... tudo que você escreve é tão doce e bonito.
bjos

Bel :) disse...

amei o fragmento
:*

Textos & Pretextos disse...

É, nunca há resposta, ou então há respostas que nada dizem. Mesmo quando sabemos que "foi melhor assim" ou que "o tempo tudo cura", dói o vazio, como a dor num membro amputado.
Beijos

Unknown disse...

Conheci hoje a sua poesia através de uma amiga que ma enviou pelo orkut. Simplesmente amei!
Lindíssima.

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