abril 10, 2018

propositalmente
que vivi em exílio 
do amor
e por isso que
perdoo caso
outro alguém
não chegue
a tempo
mas não você,
de quem não me 
escondi, de quem 
me deixei ser
descoberta
colonizada
sitiada
e ser o lugar
do mapa onde
dão as linhas 
das tuas mãos

Cáh Morandi
não olho o
relógio porque
meu medo se
tornou saber
a velocidade 
do tempo
paro sem nem
mesmo estar 
cansada, para 
parecer que ainda
estou mais longe
de chegar no dia
que não haverá 
outro jeito
infinitamente 
te amar tem 
me colocado 
à prova de uma
covardia:
saber 
os dias
de todas as
distâncias 
que temos

Cáh Morandi
próximo de clarear
de a explosão haver
perto de se cruzar
a um fio de devastar
tamanha intensidade
desse colapso, mais
rápido que o reflexo,
deixou o movimento em
pânico, e o que era só 
um encontro deixou 
o amor perplexo
no momento ínfimo
pareceu tão cósmico 
o sentir-mos-atômicos
num big-bang íntimo
colidimos indefesos 
embora de propósito

 Cáh Morandi
o azul me torturou até
me dar coragem de
velejar
o mar 
não me aceitou
em terra firme: quebrou
e retomou parte do
desejo libertador
cuidadosa-mente
aterrado
por muito tempo
o preço pago
pela segurança
do cais foi a
liberdade julgar
o mundo pelo 
tamanho da corda 
presa na âncora
soube que 
com os pés
na areia não
se aposta o
destino de um
barco em
alto mar
estará chegando
ou partindo?

Cáh Morandi

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