As suinãs estão florindo avermelhando
Essa tarde de final de outono e eu...
Sinto ânsias que me confundem
Pois ainda não aprendi as conter.
Tenho ímpetos precisosque não consigo deter.
Uma pressa indomávelem fazer e desfazer.
Desejos, que na verdade,
Deveria perder a tarde para rever.
Eles vêm sei lá de onde
E no fundo, não quero nem saber.
Imagino saber fórmulas, mas na verdade
Até hoje não consegui aprender.
Tento colocar as coisas em lugares
Onde sei que não irão caber.
Escrevo poemas apaixonados
Pra quem talvez nunca venha os ler.
Crio expectativas sobre o que nem sei se poderei viver...
As suinãs devem saber que não é primavera
Mas vai ver não precisa dela para aflorar...
Tem horas que as estações me confundem
Parece ser verão, mas pela janela vejo nevar.
Meu instinto tem vontades tão vorazes
Que se eu não tivesse calma, não saberia controlar.
Minhas vontades são tão pecadoras
Que não tem desculpa inocente para inventar.
Precisaria de pouca coisa para me satisfazer
Um dia de sol, mãos dadas, e uma grama verde para caminhar.
Eu só queria que alguém entendesse
Que além do corpo, a alma vem em primeiro lugar.
Eu imagino o céu azul como era na minha infância
Pena que não tenho mais a mesma vontade de voar.
Já pensou se a gente pudesse qualquer coisa, a qualquer hora
E se mais do que a nossa casa, poderíamos em qualquer lugar?
Sou uma poetisa que escreve das coisas nobres,
E tem vezes que sou tão pobre que nem sei nem rimar.
Saiba que também imagino ter uma boa companhia
Mas terei que esperar o dia que tarda... para me apaixonar.
Miro Martins e Cáh Morandi
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