(para Andrew, meu amor)
1.
desculpe, mas nem sempre vejo as coisas
não por não querer, não por esquecer
(eu ando pela vida tão cega)
em tudo, tudo que posso é sentir
(então, desculpe se não te vejo, se nem falo
mas em qualquer coisa que fazes... te sinto)
eu sou grande demais para o tempo
e ele não me entende, então de repente
ele me comprime o ar para me suportar
dentro de um dia, e eu fico pequena
2.
tem tantas horas que te reconheço
quando me deparo com o mar lá fora
e se penso que você é o oceano
eu quase pulo e me jogo ao
imaginar teu abraço,
em pensar em tudo que pode
ou poderia ser se estivesses aqui;
beijos que desenhei pra te dar
com estrelas para grudar no céu
de tua boca;
nem sempre o mar, mas sempre você
fica se parecendo com o amor
que mora em mim;
3.
não é o peso da vida que dói
ao contrário: é essa leveza, que se arrasta
e leva a qualquer canto;
não são os dias que não acordo contigo;
não são os filmes que vejo sozinha;
não são as músicas que tocam sem rima;
é te ver como coisa de amor
tão longe que não parece minha;
vivo descobrindo que te amo,
quando a saudade arde e eu grito;
quando teu nome é manchete nos jornais;
quando o amor nos poemas repito;
quando me falta um segundo de paz;
(Cáh Morandi)
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